EUA aceitam rescisões por mútuo acordo na Base das Lajes

 phpThumbO despedimento de trabalhadores portugueses na Base das Lajes, adiado para março de 2016, poderá ser residual, uma vez que os norte-americanos aceitaram possibilitar rescisões por mútuo acordo a todos os trabalhadores, segundo o autarca da Praia da Vitória.

A Comissão Bilateral Permanente entre Portugal e os Estados Unidos da América (EUA) reuniu-se, esta terça-feira, em Washington, exclusivamente para discutir a redução militar norte-americana na Base das Lajes, na ilha Terceira.

Entre os dossiês em discussão, ao longo de quase 12 horas de negociações, foi a situação dos trabalhadores portugueses na Base das Lajes que teve um melhor desenvolvimento, tendo em conta o que estava previsto inicialmente, segundo o presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, Roberto Monteiro, que assistiu à reunião.

Os norte-americanos aumentaram o número de vagas a manter na Base das Lajes em 27, passando de 378 para 405 postos de trabalho civis para portugueses, mas também aceitaram possibilitar a rescisão por mútuo acordo, com direito a indemnização, a todos os funcionários, sem considerar alguns como “imprescindíveis”.

Em julho e agosto deverão ser feitos inquéritos aos trabalhadores para apurar quem está disponível para rescindir o contrato por mútuo acordo, sendo que o processo terá de estar concluído até setembro.

No entanto, se, ainda assim, for necessário despedir trabalhadores isso só acontecerá em março de 2016 e não até ao outono deste ano, como os norte-americanos tinham anunciado.

Durante esse período, serão recolocados os trabalhadores que ficam e será dada formação para os que passem a ocupar os cargos até então ocupados pelos trabalhadores que os norte-americanos consideravam “imprescindíveis”.

“Esperamos que o número de trabalhadores que venha a ficar se ajuste às vagas disponíveis”, salientou Roberto Monteiro, prevendo que possam existir poucos e nenhuns despedimentos.

Atualmente, existem cerca de 800 trabalhadores portugueses na Base das Lajes, mas o resultado de um inquérito realizado pelos norte-americanos sobre a intenção de rescisão por mútuo acordo indicava que 412 funcionários estariam dispostos a cessar o contrato de forma voluntária e 125 estariam indecisos.

Segundo o autarca da Praia da Vitória, os norte-americanos aceitaram também continuar a assegurar a operacionalidade do aeroporto em áreas como comunicações, operações de busca e salvamento, serviços prestados pelos bombeiros, controlo de tráfego aéreo e reabastecimento de aeronaves.

No entanto, os serviços que até agora eram prestados 24 horas por dia apenas para a aeronáutica militar, passam a incluir também a aeronáutica civil, o que foi um ganho da parte portuguesa, para Roberto Monteiro.

O presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória considerou menos positivo o desfecho do dossiê da pegada ambiental deixada pelos norte-americanos na ilha Terceira.

O único avanço nesta matéria foi a decisão de se criar um comité técnico dentro da Comissão Bilateral Permanente, com especialistas em ambiente, para alargar a investigação da contaminação a toda a ilha e não apenas a algumas zonas da Praia da Vitória.

Quanto às zonas contaminadas já identificadas, num relatório do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), o autarca esperava que ficasse estipulada a maior celeridade e profundidade do processo de descontaminação, mas os norte-americanos limitaram-se a dizer que a limpeza estava “em curso”.

 

 

Foto: Direitos Reservados

NAM/+central

 

Deixe uma Resposta

Preencha os seus detalhes abaixo ou clique num ícone para iniciar sessão:

Logótipo da WordPress.com

Está a comentar usando a sua conta WordPress.com Terminar Sessão /  Alterar )

Facebook photo

Está a comentar usando a sua conta Facebook Terminar Sessão /  Alterar )

Connecting to %s