O Comandante Lizuarte Machado afirmou ontem que os estudos apresentados pela Atlânticoline, ao seu acionista Governo dos Açores, para a construção dos dois navios de 115 metros, e com capacidade para 600 passageiros, “são um embuste”.
“Os estudos apresentados, até agora, pela empresa Atlânticoline não podem ser considerados porque escondem, intencionalmente, 5 milhões anuais de custos à Região”, referiu o comandante, durante a sua audição na Comissão Parlamentar de Inquérito aos Transportes Marítimos de Passageiros e Infraestruturas Portuárias (CPITMPIP), do parlamento dos Açores.
Segundo Lizuarte Machado, os próprios estudos indicam que os projetos “não têm viabilidade financeira”.
Concretizando, o ex-membro da CPITMPIP avançou que outros custos devem ser adicionados aos encargos anuais com estes novos equipamentos tais como 250 mil euros em manutenção dos dois navios, 400 mil euros em seguro de casco, 700 mil euros em P&I, 300 mil euros em adocagem, 2 milhões e 400 mil euros para a tripulação, 600 mil euros para o staff, o que somado apresenta um custo de quatro milhões e setecentos mil euros por ano.
“Adicionando estes valores aos quadros apresentados nos estudos, o subsídio à exploração não decresce, apresentando um crescimento anual superior a 19%”, constatou o parlamentar.
Lizuarte Machado acrescentou que “não poderá haver investimento quando os vários departamentos da empresa não coincidem em objetivos e custos. Convém combinar os prós e os contras na vertente financeira e de risco nas opções de operação dos navios”.
“Havia, na administração, uma visão só sobre as festas de agosto. Esta opinião apresentada pela a empresa roça a indigência”, disse.
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