A direção regional da Cultura, através do Museu de Angra do Heroísmo, inaugura sábado, 9 de julho, pelas 15h00, a quinta edição da mostra “Museu Adentro”, exibindo a “Planta de hum Exagono Fortificado”, de 1814, pertencente à Academia Militar da Ilha Terceira.
A inauguração inclui a apresentação, por Francisco Maduro-Dias, de uma comunicação intitulada “Artes de Guerra sem Mar”, que aborda o ensino naquela instituição e a sua parcial inadequação ao ambiente insular.
A Academia Militar da Ilha Terceira foi uma instituição de ensino superior que funcionou em Angra do Heroísmo entre 1810 e 1828, cuja frequência era obrigatória para os oficiais do Batalhão de Artilharia e dos Batalhões de Linha das ilhas, podendo também ser frequentada por alunos ‘paizanos’, que seriam preferidos para cargos públicos.
O Museu de Angra do Heroísmo guarda uma coleção de sete desenhos aguarelados demonstrativos do curso ministrado (matemática, fortificação, balística e artilharia) e também da sua inadequação, pelo menos do ponto de vista militar, já que quase tudo é tratado nas aulas, exceto as operações de desembarque ou de resistência a ele, exatamente o que de mais relevante aconteceu nas ilhas, considerando os eventos da Salga, em 1581, das Mós, em 1583, e da Praia, em 1829.
O “Museu Adentro” é um projeto do Museu de Angra do Heroísmo que consubstancia a sua missão de divulgar e potenciar as coleções e áreas temáticas representadas no seu acervo.
A iniciativa pretende, simultaneamente, fidelizar público e chamar a comunidade em que a instituição se insere, facultando-lhe informação de natureza e interesse, no âmbito da história, da arte, da religião e também da ciência e da tecnologia.
Nesse sentido, a exposição “Do Mar e da Terra… uma história no Atlântico” é periodicamente enriquecida com mostras de peças associadas aos seus diferentes núcleos expositivos, oriundas das reservas do museu ou facultadas para esse fim por entidades externas.
A cada uma das mostras é associada uma comunicação de um especialista ou técnico, de forma a explicitar o valor patrimonial, museológico ou afetivo das obras ou artefactos expostos.
Paralelamente, é editado um boletim em formato digital que, mediante a colaboração com um fotógrafo convidado, complementa o descritivo ou comentário das peças com uma fotografia de natureza artística, de forma a valorizá-las esteticamente.
A fotografia da quinta edição deste boletim, em que já colaboraram José Guedes da Silva, Rui Caria, Margarida Quinteiro e Paulo Lobão, é da responsabilidade de Gonçalo Simões.
Foto: GRA
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