A coordenadora regional do Bloco de Esquerda (BE) Açores afirmou hoje, em São Miguel, que o partido se apresenta às eleições legislativas regionais “com um programa alternativo”, abrindo “caminho para mudança nas nove ilhas” dos Açores.
“Queremos fazer a diferença. Se da direita, do PSD e CDS, nada esperamos, ao PS cada vez menos socialista, queremos combater a deriva neoliberal”, afirmou Lúcia Arruda na apresentação da Moção Global “Fazer a Mudança”, na V Convenção Regional, que decorre em Ponta Delgada.
A dirigente lamentou que apesar do vice-presidente do Governo Regional “proclamar” as boas contas da Região, o equilíbrio financeiro e o aumento do PIB, “não significam distribuição de riqueza”.
“Segundo os indicadores sociais da OCDE, e do país, somos a Região com os mais baixos níveis de coesão social e territorial, com menor desenvolvimento regional, com os piores índices de educação, sucesso escolar, qualificação e com os piores índices de competitividade. Afinal à conta de quem equilibra as contas Sérgio Avila?”, questionou Lúcia Arruda.
A coordenadora salienta que o BE Açores apresenta aos açorianos “ideias e projetos concretos, exequíveis”, que podem “fazer a diferença” para os mais desprotegidos socialmente e economicamente, considerando que para tal basta haver “vontade política”.
“Insurgimo-nos contra o desemprego, com mais de 20 mil pessoas desempregadas sem rendimento próprio para viver, muitas sem subsídio de desemprego ou qualquer outra proteção social digna. Temos uma média de salários no privado, equivalente ao salário mínimo regional. Temos a maior percentagem do país de RSI, sendo que uma grande percentagem é por rendimentos do trabalho muito baixos ou pensões vergonhosamente baixas. Contra esta miséria que impede uma vida digna para milhares de pessoas, o BE defende aumento do complemento regional ao salário mínimo em 7, 5%, no sentido de gradualmente nos afastarmos de salários escandalosamente baixos desvalorizando a força de trabalho das pessoas”; destacou.
Lúcia Arruda considera “essencial” o aumento das pensões a baixo do salário mínimo regional para fazer face às despesas de saúde, habitação, alimentação, mobilidade, das pessoas que “trabalharam toda uma vida”.
“Apresentamos uma alteração de paradigma económico que traga desenvolvimento”, referiu, acrescentando que “nesta grande batalha política que se avizinha apresentamo-nos com determinação e persistência contra as desigualdades sociais, contra o desemprego e precariedade, contra a falta de transparência nos negócios públicos e má gestão do bem público e negócios rentistas. Lutemos com confiança no nosso projeto alternativo que vai ao encontro das necessidades das pessoas, lutemos por um novo paradigma económico e social que dê esperança e dignidade a todos e todas os que vivem nesta bela Região, essencialmente os menos favorecidos. Lutemos por um Estado Social redistributivo. Lutemos pela democracia, pelas pessoas e confiemos nelas”, concluiu a coordenadora regional.
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