Quatro peças de arte de rua foram adicionadas, este ano, ao Roteiro de Arte Pública na Madalena que agora tem um total de 36 peças que podem ser visitadas neste museu ao ar livre, pela maior vila da ilha do Pico.
Antes da quarta edição do festival internacional de artes, Azores Fringe, ter arrancado, uma nova obra de pintura de rua já tinha sido completada. Um trabalho com a Escola Cardeal Costa Nunes deu vida a CiênciArte, uma peça em que os alunos do secundário, do Clube do Ambiente e ainda da Universidade Sénior contribuíram em harmonia. Durante o festival, Martim Cymbron e IVAN, dois artistas de São Miguel, e o Kas, artista português a residir na Bélgica, vieram ao Pico para adicionar a sua marca nas ruas da Madalena.
Martim Cymbron iniciou uma obra nas árvores que rodeiam o Patinódromo da Madalena. Iniciou, porque devido ao clima não conseguiu realizar o projeto proposto. O artista pretende voltar, em breve, à ilha montanha e continuar o trabalho “Nature Drops.”
NAVI é o nome artístico do jovem micaelense que se expressa com formas fluídas e cores místicas para definir e caraterizar o aspeto singular da narrativa presente num mural dedicado à juventude. Adventure Time é o título da obra que se encontra no Jardim dos Maroiços e que já está a ser muito apreciada pela pequenada e pelos visitantes regulares no Skate Park da vila. “A minha experiência no Azores Fringe Festival foi muito positiva e enriquecedora,” diz NAVI, “mostrando ser um bom momento para progredir no trabalho que tenho vindo a desenvolver nos últimos três anos. O contacto e o diálogo com artistas de diferentes culturas e também de diferentes áreas proporciona, num local como é a ilha do Pico, uma ótima experiência; experiência a repetir num momento futuro.”
KAS nasceu no Porto, vive em Bruxelas e veio, pela primeira vez, aos Açores para participar no Azores Fringe. Conseguiu elaborar a maior obra do ano e também uma das suas maiores obras, assim deixando um marco importante na ilha. Na fachada da Associação de Armadores de Pesca Artesanal da ilha do Pico, à entrada da doca da Madalena, não passa despercebida esta obra prima, realizada 100% com tinta spray de lata, amiga do ambiente.
“O mar, a terra, a vida de pescador é um cenário do que percebia sobre os Açores,” diz o artista. “Apresentado de forma surrealista, porque não é real mas sim do imaginário, espero que os picarotos encontrem algo onde se identifiquem neste mural que intitulo Pescando com Coração.”
“A arte pública fica para todos apreciarem e a natureza tomar conta,” diz Terry Costa, diretor artístico da MiratecArts. “Estou contente por esta semana o clima nos ter ajudado e não termos tido desastres com as obras logo de inicio, como já aconteceu no passado, seja através da humidade nas paredes ou pela chuva que lava as obras, às vezes antes de ficarem completas. Espero que a população aprecie. Sei que cada pessoa vai ver algo diferente em cada peça de arte, todas com seu mérito por alguma razão. A nossa vila está cada vez mais rica com estas peças, sejam elas elaboradas por crianças e jovens da nossa ilha, pessoas com dificuldades de mobilidade ou por profissionais, que passam pelo festival.”
O Roteiro de Arte Pública na Madalena é liderado pela MiratecArts com o apoio do Governo Regional dos Açores e da Câmara Municipal da Madalena.
Foto: MiratecArts
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