O chefe do gabinete de operações náuticas da Marina da Horta defende a “urgente ampliação” da infraestrutura, perspetivando que seriam necessários mais 100 lugares para conseguir dar resposta à “procura crescente”.
“Temos uma ocupação anual de 90% e, neste momento, devemos ter 150%, porque temos 300 postos de acostagem e 400 e tal barcos aqui no porto da Horta”, afirmou Armando Castro, acrescentando que anualmente a marina acolhe cerca de 1.200 embarcações.
A marina da Horta, um dos principais polos económicos da ilha, foi a primeira infraestrutura do género inaugurada nos Açores, em 1986, e nesse ano recebeu 759 embarcações e 2.866 tripulantes.
Segundo Armando Castro, que gere uma equipa de seis pessoas, a melhoria das condições da marina permitiria aumentar a estadia média dos iatistas que é de três, quatro dias.
“Essencialmente os iatistas vêm aqui abastecer-se de combustível, fazer algumas reparações nas embarcações e adquirir géneros alimentícios”, referiu Armando Castro, que considerou uma grande responsabilidade gerir uma infraestrutura que “é um ponto de apoio fundamental no meio do oceano [Atlântico], para além das implicações diretas e indiretas que a marina tem na economia local”.
O responsável acrescentou que praticamente todos os iatistas que ali passam “deixam a sua marca, através de uma pintura alusiva à sua embarcação ou à viagem que fizeram”.
A marina transformou-se numa “galeria de arte internacional”, que o tempo vai desgastando e renovando a cada nova chegada de uma embarcação. São os próprios artistas que “compram tintas no mercado local e deixam depois a sua marca pintando os muros e o cais”.
No ano em que a marina da Horta está a celebrar 30 anos, vai receber seis regatas internacionais, algo “excecional” em termos de receção de eventos, apontou Armando Castro.
Embarcações das ilhas Marshall e Cook, Gabão, Ruanda ou Japão surgem nas estatísticas da marina da Horta, ao longo dos anos, como as de origens mais distantes e improváveis.
Os Açores têm atualmente nove marinas/núcleos de recreio naútico, infraestruturas espalhadas pelas ilhas das Flores, Faial, Pico, São Jorge, Terceira, São Miguel e Santa Maria.
Sete são geridos pela empresa pública Portos dos Açores e duas de responsabilidade municipal (Praia da Vitória e Vila Franca do Campo).
Luís Prieto, da Portos dos Açores, adiantou que nas cinco marinas e nos dois núcleos de recreio náutico administrados pela empresa pública, localizadas nos concelhos das Lajes das Flores, Horta, Lajes do Pico, Velas, Angra do Heroísmo, Ponta Delgada e Vila do Porto, “existe um total de 1.506 postos de amarração”.
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