O presidente do Governo dos Açores garantiu ontem, em São Jorge, que o executivo regional está trabalhar, nas mais variadas frentes, para dotar a Região das ferramentas que rentabilizem, ao máximo, o novo impulso do Turismo verificado na sequência do novo modelo de acessibilidades aéreas.
“Este é mais um indicador consistente do mérito e do acerto da opção por um novo modelo de acessibilidades aéreas à Região, o qual, apesar de não dispensar uma monitorização constante e eventuais afinações, está a produzir resultados nas várias ilhas, provando, por isso, que foi conseguida uma solução que, simultaneamente, protege os Açorianos e promove o desenvolvimento turístico dos Açores”, frisou Vasco Cordeiro, na sessão solene comemorativa do Dia de São Jorge, promovida pela Câmara Municipal de Velas.
O governante apontou o exemplo desta ilha, que registou um crescimento superior a 10 por cento nos primeiros dois meses deste ano, relativamente ao mesmo período de 2015, ao nível do número de dormidas, e de cerca de 20 por cento ao nível dos proveitos totais.
Na sua intervenção, Vasco Cordeiro assegurou, ainda, que o Governo dos Açores tem trabalhado para rentabilizar, cada vez mais, o impulso que o Turismo está a ter na Região, através de várias políticas e medidas, como o Plano Estratégico e de Marketing do Turismo dos Açores, recentemente apresentado, no qual a ilha de São Jorge se assume como uma pedra angular ao nível do desenvolvimento do turismo de natureza ativa.
Esta estratégia para a ilha de São Jorge foi, recentemente, reforçada com a enorme mais-valia conferida pela classificação da UNESCO das Fajãs como Reserva da Biosfera, destacou o presidente do Governo, defendendo a necessidade deste galardão ser encarado, pelas entidades públicas e privadas, como mais uma ferramenta importante, valiosa e útil para a criação de emprego, para a promoção do desenvolvimento e para a criação de riqueza.
“O mesmo se pode dizer dos investimentos públicos em infraestruturas para servir os Jorgenses e todos aqueles que visitem esta ilha”, afirmou Vasco Cordeiro, ao salientar que, até ao final do primeiro semestre deste ano, estarão a decorrer, ou em fase do processo de escolha das empresas que as vão realizar, obras que totalizam cerca de 60 milhões de euros de investimento público em São Jorge.
Nesse sentido, destacou as obras de construção da nova escola da Calheta, do prolongamento do cais comercial de Velas, da requalificação da rede viária rural e agrícola, da selagem de lixeiras, do novo Museu Francisco Lacerda, da requalificação do Centro de Saúde de Velas, da ampliação do Centro de Saúde da Calheta, da construção da rampa ‘Ro-Ro’ no Porto da Calheta ou o melhoramento do Porto do Topo, cujo concurso público para a escolha da empresa que vai fazer as obras, após o primeiro ter ficado sem qualquer empresa concorrente, foi lançado na passada segunda-feira.
Numa ilha também conhecida pela produção do queijo, o presidente do Governo recordou o caminho “longo, tortuoso e farto de escolhos e obstáculos” que o setor cooperativo jorgense teve de fazer nos últimos anos, com largos meses em atraso no pagamento do leite aos produtores e com situações de incumprimento em várias cooperativas, que estavam a fazer perigar uma parte substancial da economia desta ilha.
“Hoje, a situação que se vive é diferente para melhor, mas isso não significa que não existam desafios e obstáculos, alguns deles externos, como o da conjuntura europeia relativa ao setor do leite e lacticínios, a exigir um trabalho conjunto, uma atenção permanente e a mobilização de todas as competências de que possamos dispor e a de todos os recursos que pudermos despender”, preconizou Vasco Cordeiro.
O presidente do Governo terminou a sua intervenção recorrendo à história de São Jorge, fazendo votos que todos sejam “capazes de enfrentar e vencer os dragões dos dias de hoje: os dragões do desânimo, do baixar os braços, do desistir, do achar que não vale a pena; Os dragões da crítica permanente e destrutiva, da demasiada facilidade da sentença sobre o caráter, da indisponibilidade para a construção de soluções. Mas também os dragões do facilitismo, do achar que tudo se pode resolver como que num passe de mágica, da exclusiva responsabilização do outro”.
“E as lanças que hoje temos, são as lanças que sempre nos ajudaram, a nós, Açorianos, a vencer os grandes combates, os grandes desafios da nossa história: a capacidade de trabalho e de resistência; a capacidade de persistir e de nos superarmos, a capacidade de vencer”, frisou Vasco Cordeiro.
Foto: JAR
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