A abundância de peixe, comparativamente a outras ilhas açorianas, e a possibilidade de auferir rendimentos superiores tem, nos último anos, levado algumas dezenas de pescadores, proveninetes da comunidade piscatória de Rabo de Peixe a migrar para a ilha Graciosa.
“Temos uma situação surpreendente de haver pescadores que migram dentro da própria Região – uma vez que é difícil emigrar para os Estados Unidos e Canadá – para poderem subsistir”, constatou Liberato Fernandes, segundo refere o jornal Açoriano Oriental, na sua manchete.
No entender do responsável pela Cooperativa Porto de Abrigo, vive-se, na pesca, uma situação de “indigência”, num setor que está a passar pela pior crise dos últimos 40 anos.
Liberato Fernandes diz já haver um núcleo significativo de pescadores provenientes da maior comunidade piscatória açoriana — Rabo de Peixe — a trabalhar atualmente na ilha Graciosa, sendo que alguns deles são pescadores-armadores que deixaram as suas embarcações para trás para irem trabalhar por conta de outros armadores. Para o dirigente da Porto de Abrigo, isto significa que se “viram obrigados a deixar a atividade com a sua embarcação, a deixar as famílias, nalguns casos vão com as famílias”, para garantirem o sustento.
Contrariando uma situação verificada num passado recente, hoje “são os próprios pescadores de São Miguel que migram para outras ilhas” à procura de melhores condições de vida, informa o diário açoriano.
Isso só acontece, segundo Liberato Fernandes, porque o arquipélago neste momento “não garante um nível digno mínimo de vida aos seus pescadores”.
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