César na “luta” para presidente da Assembleia da República

CésarEm Lisboa, dirigentes e deputados socialistas já debatem e ponderam três nomes para Presidência da Assembleia da República (AR).

No espaço de dias instalou-se o debate interno sobre que nome propor para presidente da Assembleia da República. Por norma, a segunda figura do Estado costuma chegar à eleição através de proposta do partido mais votado. No entanto, o resultado das legislativas e o esforço de entendimento exigido pela ausência de uma maioria absoluta coloca a escolha do nome como moeda de troca entre partidos.

Daí que entre socialistas se esteja já a debater os candidatos. Deputados eleitos pelo PS confirmaram ao PÚBLICO esse debate. “O partido tem demonstrado que existe divisão, é normal que apareçam vários candidatos”, reconheceu um destes parlamentares.

A novidade das últimas 24 horas parece ser, contudo, a decrescente notoriedade de Ferro Rodrigues, apontado como o nome preferencial de António Costa. A ponderação socialista parecia nesta sexta-feira pender mais entre o ex-líder parlamentar e ex-ministro da Justiça, Alberto Martins, e o atual presidente do PS, Carlos César.

Um dos socialistas ouvidos pelo PÚBLICO não deixava de reconhecer que ainda se estava longe de uma decisão. Mas confirmava o debate. Lembrava as “afinidades” que poderiam suportar uma candidatura de Martins. Entre os seguristas, era um nome bem visto dado o currículo extenso e a imagem de “homem de consensos”.

O eleito João Soares, dois dias depois das eleições, a pretexto de unir o partido na sua pluralidade” e de “dar sinais de abertura, interna e externa” pedia um sinal à actual liderança “na candidatura que o PS apoiar à presidência da AR”. E adiantava a sua opinião: “Já propus o nome de Alberto Martins.”

Mas mesmo entre esta facção havia quem reconhecesse o mérito da candidatura de Carlos César, lembrando a tradição de indicar o presidente do partido para o cargo em causa. Álvaro Beleza, ex-membro do secretariado de Seguro que retirou o seu nome das listas de deputados onde João Soares chegou a estar em risco de não ficar em lugar elegível, entrou também na discussão. “Se fosse deputado, acho que a primeira escolha do ponto de vista racional devia ser Carlos César”, disse ao PÚBLICO. “Pelo seu perfil, por ser presidente do PS”, justificou antes de reconhecer que entre os dois nomes – César e Martins – “ficaria dividido”.

De modo que António Costa pode vir a ter um problema no arranque dos trabalhos parlamentares. Uma candidatura apoiada pela liderança do PS, além da possibilidade de ser confrontada por um nome da coligação, poderia ser desafiada por uma segunda hipótese socialista. Afinal, o regimento da AR estipula que “as candidaturas para Presidente da Assembleia da República devem ser subscritas por um mínimo de um décimo do número de deputados”. Existindo 16 seguristas na bancada socialista, caberia a estes negociar algumas assinaturas, por exemplo à direita, para atingir os 23 subscritores necessários.

 

 

 

Foto: Direitos Reservados

Público/+central

 

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