As derrotas dos outros e as vitórias de Pirro

Opinião de João Bruto da Costa

João Bruto da Costa

Durante 4 anos o país viu-se forçado pela bancarrota socialista a fazer sacrifícios, a ver aumentar o desemprego numa primeira fase, a assistir a inúmeras atitudes irresponsáveis por parte do maior partido da oposição que, entretanto, se propunha a vencer as eleições de domingo com maioria absoluta.
Para atingirem esse objectivo, os eternos sabedores dos meandros partidários – os tais que achavam que vitórias pequeninas não eram suficientes e que, com isso, arrumaram com o líder que tinha vencido eleições – assomaram-se ao poder e destinaram que as eleições estavam ganhas e que seria com maioria absoluta.
Nos Açores, concretamente os socialistas açorianos, não ficaram à margem desta narrativa de poder. Muito pelo contrário, assumiram-se como estrategas da anunciada derrota de Passos Coelho, empenharam-se a fundo nesse desígnio, tendo inclusivamente colocado toda a sua força para que o PS de Costa, secundado por César, fosse maioritário e assumisse o poder no país. Forneceram o vice para programas económicos do PS nacional (!!!), mandaram os estrategas de campanha e os conhecedores das máquinas partidárias para Lisboa e empenharam a sua propagandeada competência nestas artes para, supostamente, fazerem do PS o partido maioritário em Portugal.
Está bom de ver que, depois de todo este empenho e determinação, depois de investimentos sumptuosos na campanha eleitoral, depois de meterem os mais altos dirigentes a “maquinar” a desejada vitória e perante a derrota nacional de toda essa estratégia, claro que agora não é nada com eles (viram o presidente do PS atrás de Costa no assumir dos resultados?), agora eles foram até vítimas nacionais, e logo eles coitados, que até conseguiram nos Açores uma vitória.
É mesmo assim: o PS Açores quando corre bem aparecem todos na fotografia. Quando corre mal parece que lhes dá uma indigestão e ausentam-se dos cenários de derrota. Melhor só as habituais declarações de vitória dos comunistas que, imagine-se, nos Açores depois de uma brutal derrota tanto regional como nacional (atrás do BE) ainda gritam vitória porque, dizem, a coligação de governo não teve maioria absoluta, esquecendo-se que, durante os últimos anos pregaram a tese de que Passos não voltaria a ser Primeiro-Ministro.

Depois de tudo o que ouvimos nos últimos anos sobre a “garantida” vitória socialista que voltaria ao governo, depois de uma governação marcada pelos extremos sacrifícios exigidos aos Portugueses pelo ajustamento negociado com a Troika, depois de apearem um líder que ganhava eleições e perante um governo violentamente contestado nas ruas e no parlamento, depois das derrotas eleitorais da coligação durante este tempo de dificuldades, o PS não conseguiu minimamente atingir os seus objectivos e não serão pequenas vitórias de Pirro, por aqui e por acolá, que vão esconder o brutal fracasso eleitoral socialista de 4 de Outubro.
Para que se enquadre bem o volume deste desaire basta pensar-se que nunca houve um Primeiro-Ministro na Europa que fosse reeleito depois de gerir um resgate externo.
Portugal está diferente e os portugueses já sabem bem quem garante estabilidade e uma governação com resultados.
Aqueles que, embora derrotados, comemoram vitórias caseiras ainda estão empenhados em tapar o sol com a peneira, pois no que verdadeiramente interessava (o Governo de Portugal) sofreram uma derrota pesadíssima!

 

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