A hotelaria nacional registou crescimentos em todos os indicadores no primeiro quadrimestre do ano, com destaque para Lisboa e os Açores, que já sentiu os benefícios da liberalização do transporte aéreo, revelou hoje a Associação da hotelaria de Portugal (AHP).
“Os primeiros quatro meses correram melhor do que estávamos à espera, porque tradicionalmente é um período de época baixa”, afirmou a presidente executiva da AHP, Cristina Siza Vieira, precisando que alguns destinos conseguiram até contrariar a sazonalidade, como o Algarve que teve uma boa performance entre janeiro e abril em termos comparados.
A subida foi em todos os indicadores: taxa de ocupação, preço por quarto disponível e preço por quarto médio do quarto vendido.
Os dados do AHP Tourism Monitor mostram uma taxa de ocupação por quarto de 51,86% nos primeiros quatro meses deste ano, traduzindo uma subida de 2,93 pontos percentuais (pp) face ao período homólogo anterior.
O RevPar (preço médio por quarto disponível) foi de 32,86 euros, mostrando uma subida homóloga de 16,77%, quando no mesmo período do ano passado tinha crescido 7%.
Mas apesar da subida de 0,54%, a estada média dos hóspedes, que foi de 1,87 dias, manteve-se muito curta e só nas ilhas ultrapassou os 2 dias.
Os Açores destacaram-se ainda pelas maiores subidas de taxa de ocupação e de RevPar, de mais 8,08 pp (40,24%) e mais 24,67% (20,06 euros), respetivamente, resultados que coincidem com a liberalização do espaço aéreo nesta região.
Entre janeiro e abril, a Madeira (71,37%), Lisboa (65,97%) e o Grande Porto (55,08%) lideraram a taxa de ocupação, mas em contrapartida algumas regiões continuam longe dos 50% de taxa de ocupação, como Viseu (26,79%) e o Minho (34,04%).
Os destinos turísticos com a maior taxa de ocupação quarto em abril foram Lisboa (82,15%), Madeira (81,85%) e Grande Porto (74,77%), registando aumentos significativos face a março deste ano, altura em que a Madeira tinha registado 79,25%, Lisboa 67,96% e o Grande Porto 58,11%.
As perspetivas para os meses de verão são otimistas, estimando os hoteleiros subidas da taxa de ocupação, preço médio e RevPar, face ao verão de 2014.
Segundo o inquérito da AHP “Perspetivas verão 2015”, que analisa as reservas já efetuadas para o período de julho a setembro, 58% dos hoteleiros inquiridos espera uma taxa de ocupação por quarto acima dos 80% e 30% respondeu que deverá situar-se entre os 61% e os 80%.
“Estes números relevam um otimismo generalizado face às respostas obtidas no mesmo inquérito de 2014, no qual apenas 37% esperavam uma ocupação superior a 80%”, comenta a AHP.
Em relação aos mercados emissores de hóspedes, Portugal (18%), Espanha (17%) e França (14%) vão ser, segundo a maioria dos inquiridos, os mais relevantes durante o verão.
Por regiões, no que respeita à taxa de ocupação e preço médio, o Norte (69%), Açores (64%) e Algarve (61%) são as regiões que estimam uma melhor taxa de ocupação, comparando com 2014, e todas as regiões, à exceção do Alentejo, prevêem uma subida do preço médio e do RevPar.
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