O grupo parlamentar do CDS-PP Açores lembrou hoje que a Região ainda espera, e já passaram quatro anos, pela aquisição do avião mini cargueiro, cujo “estudo de viabilidade económico-financeira” foi aprovado pela “maioria socialista” em 2011.
Ana Espínola afirmou, numa Declaração Política sobre a política de transporte de carga na Região, que “o que nós precisamos é de um meio de transporte rápido, eficiente e barato e, sobretudo, dimensionado à escala das trocas comerciais nos Açores”.
“Esta aquisição iria facilitar a exportação e a circulação interna dos bons produtos açorianos”, sendo que este avião “ao pé da proposta de compra dos novos navios, custa 50 vezes menos e é 50 vezes mais eficaz”, referiu a deputada.
O CDS-PP foi mais longe e até fez as contas ao custo dessa aquisição concretizando que “comprar um avião novo, custa cerca de 1 milhão de dólares; se quiserem comprá-lo com a idade dos DASH Q 200 da SATA, custa cerca de 200 mil dólares; o preço por quilo de carga transportada varia entre 30 a 40 cêntimos; e, se devidamente articulados os horários dos transportes aéreos, consegue-se escoar para o exterior os produtos da pesca, da agricultura, da floricultura, do artesanato ou outro tipo de carga no mesmo dia”.
A parlamentar acrescentou que “este avião mini cargueiro, ao pé da proposta de compra dos novos navios, custa 50 vezes menos e é 50 vezes mais eficaz. Porque nós não produzimos milhões de quilos de iogurte, nem milhões de toneladas de queijo, nem capturamos milhares de toneladas de peixe, todos os dias”.
Sobre o referido estudo nem uma palavra foi avançada tanto pelo Governo Regional como pela maioria que o sustenta.
A Deputada do CDS-PP acentuou a descontinuidade territorial da Região para justificar “a importância acrescida” da rede regional de transportes para a economia das ilhas, “seja por via dos bens que cada uma tem que receber de fora, como na capacidade de exportação dos nossos produtos”, manifestando estranheza que “hoje em dia deparamo-nos com problemas que não são compagináveis com os índices de desenvolvimento que se almejam”.
Concretamente, disse, “continuamos a ouvir os produtores e os empresários a queixarem-se, com muita frequência, da falta de capacidade de carga da SATA ou a assistir a limitações de operação em diferentes portos da Região.
Entretanto, aguarda-se com expectativa elevada a conclusão do concurso público internacional, para a entrada em vigor, a 1 de Julho próximo, das novas obrigações de serviço público de transporte aéreo de carga e correio, resultantes da liberalização do espaço aéreo da Terceira e de São Miguel.
Para já, os representantes institucionais dos comerciantes de pescado e dos empresários vão optando por transferir o escoamento dos seus produtos da via aérea para a via marítima, com todas as consequências daí resultantes para o lucro ou mais-valias, respetivamente nos casos de produtos frescos e/ou perecíveis”.
Foto: CDS-PP Açores
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