Volto ao tema porque considero que a Terceira merece uma ligação marítima direta com o Continente.
Interessa recordar que foi em dezembro de 2011 que, o então Secretário Regional da Economia e atual Presidente do Governo, Vasco Cordeiro, anunciava com grande pompa e circunstância a criação de ligações marítimas quinzenais entre a Terceira e o Continente.
Parecia que a Terceira conseguia, finalmente, alguma atenção do Governo Regional nesta área dos transportes marítimos.
O então Secretário afirmava que “O Governo Regional já vem a trabalhar nesta matéria há algum tempo” e que esta medida permitiria “uma importante valorização da Ilha Terceira” com grande impacto na capacidade exportadora da Ilha. Tudo correto e de acordo com as pretensões, que até eram antigas, dos Terceirenses.
Bom, a verdade é que esta ligação marítima foi “sol de pouca dura”, pois nem se manteve um ano a funcionar, tendo terminado em agosto de 2012.
Importa referir que esta ligação marítima foi publicitada já em contexto de crise, fazendo crer que seria duradoura. Basta, para o efeito, recordar as declarações do Governo Regional numa referência à carga da Ilha: “Tendo em conta a conjuntura nacional e internacional de retração económica em que vivemos e a diminuição da carga que se verifica nos circuitos entre o Continente e os Açores, esse abastecimento deve ser assegurado”.
Ora, o Governo Regional criou expectativas aos Terceirenses, em especial aos comerciantes e empresários sem as concretizar.
Em 26 de fevereiro de 2014, e em resposta a um requerimento do PSD/Açores sobre esta matéria, afirmava o Governo Regional que “o Governo Regional tem mantido um permanente diálogo com todos os armadores, por forma a ser assegurado o melhor serviço de transporte a todas as ilhas e um melhor equilíbrio entre os interesses em presença”. Sendo assim, será que a Terceira ainda não merece uma ligação direta?
A Ilha Terceira perde dinâmica, perde capacidade de criação de empresas e de fixação de pessoas, perde eficácia e eficiência no transporte marítimo, e, acima de tudo, é-lhe negado o valioso contributo que pode dar ao desenvolvimento dos Açores atendendo à sua posição geográfica.
Para o PSD/Açores a política de transportes é estratégica para os Açores. Numa Região como a nossa, não se pode pretender um crescimento económico forte e duradouro, gerador de empregos e criador de riqueza, sem questionar a eficácia da política de transportes, equacionando a construção de um modelo que se constitua como parceiro incentivador do progresso.