Cerca de 256 mil eleitores inscritos na Madeira podem hoje votar nas eleições regionais antecipadas para escolherem os 47 deputados que compõem a Assembleia Legislativa da Madeira (ALM) entre as 11 forças políticas que se submetem a sufrágio.
Este ato eleitoral, que se realiza entre as 8h00 e as 19h00, regista um recorde de candidaturas, mais duas que nas últimas legislativas no arquipélago que se realizaram em 2011, que contou com a participação de nove forças políticas (PSD, PS, CDS, CDU, BE, MPT, PND PTP, PAN), das quais apenas os bloquistas ficaram de fora do parlamento madeirense.
Hoje, o eleitorado madeirense tem de escolher os seus representantes no parlamento insular entre 11 concorrentes, sendo oito partidos (PSD, CDS, PND, PCTP/MRPP, BE, JPP, PNR e MAS) e três coligações: Mudança (PS/MPT/PTP/PAN), Plataforma de Cidadãos (PPM/PDA) e CDU (PCP/PEV).
Um dos aspetos marcantes deste ato eleitoral é o facto do PSD/Madeira, o partido maioritário na região desde o surgimento do regime democrático, não apresentar o seu cabeça de lista de sempre, Alberto João Jardim, que foi o líder durante quatro décadas e venceu todas as legislativas que se realizaram neste território depois do 25 de Abril.
Miguel Albuquerque é o novo presidente do partido, eleito na segunda volta das eleições internas do PSD/Madeira de 29 de dezembro, e que foi durante anos o responsável da vereação da Câmara do Funchal.
Considerado durante muitos anos um dos delfins de Jardim, Albuquerque entrou em rota de colisão com o líder, acabando por ser o seu sucessor, sem contar com o seu apoio.
Foi esta sucessão que levou Alberto João Jardim a apresentar o pedido de exoneração do cargo de presidente do Governo Regional, provocando a realização destas eleições antecipadas.
Em 2007, Jardim também se demitiu do cargo por divergências do foro financeiro com o então primeiro-ministro socialista, José Sócrates em torno da revisão da Lei de Finanças Regionais.
No sufrágio de hoje também se estreiam o Juntos Pelo Povo (JPP), um movimento de cidadãos que surgiu na freguesia de Gaula, no concelho de Santa Cruz [município vizinho do Funchal a Este], que passou a governar depois de derrotar o PSD nas últimas autárquicas e agora se constituiu em partido para “estender o projeto político a toda a região”.
Igualmente, pela primeira vez concorrem na Madeira o Movimento Alternativa Socialista (MAS), o Partido Nacional Renovador (PNR) e as coligações Plataforma de Cidadãos ‘Nós Conseguimos’ (PPM/PDA) e Mudança desta vez composta pelo PS, PTP, MPT e PAN.
Na história das eleições legislativas regionais, o PS também decidiu pela primeira vez abdicar de apresentar-se ao eleitorado com listas próprias, surgindo apoiado por outros partidos das oposição com representação parlamentar.
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